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Amazônia Live: quando grandes shows respiram verde

  • Foto do escritor: Consultoria Green Forest
    Consultoria Green Forest
  • 25 de set.
  • 4 min de leitura

Sob calor intenso, vento leve e expectativa, Belém foi tomada por um som pulsante durante o Amazônia Live: Hoje e Sempre, montado sobre o rio Guamá, próximo da Ilha do Combu. O espetáculo reuniu Mariah Carey, Joelma, Gaby Amarantos, Zaynara e Dona Onete. Dias depois, no Mangueirão, a segunda etapa do festival — Um Encontro Para Um Mundo Melhor — reforçou o tom de mobilização cultural e ambiental.

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Por trás do brilho dos holofotes, a Consultoria Green Forest, esteve responsável por assegurar que o evento atendesse exigências ambientais, sendo parceira local do evento, minimizando impactos e cumprindo compromissos de sustentabilidade local. Ao lado da parceira Amazon Connection Carbon (ACC), fez-se também a contabilidade e compensação de emissões de gases do palco flutuante — o Palco Flor.


A Primeira Edição

A história da Amazônia Live guarda semelhanças com o exemplo fundacional de 2016, quando Manaus sediou uma imersão artística no meio do rio Negro: Ivete Sangalo, orquestras, palco flutuante — tudo com o propósito de sensibilizar o Brasil para a Amazônia. 


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A nova edição, agora em Belém, reconduz esse espírito com nova escala e ambição — internacional e local.


Para executar essa ambição, foi necessário um trabalho meticuloso de concepção, licenciamento, monitoramento e mitigação ambiental — encarado pela Green Forest com responsabilidade técnica e sensibilidade local.


Como a Green Forest entrou no projeto

O pedido chegou à Green Forest por intermédio da Diretoria de Marketing da consultoria que se encontram na Europa. O interlocutor foi a Rock World — a mesma promotora por trás dos grandes eventos ‘Rock in Rio’ e ‘The Town’. A partir de uma reunião inicial, foram alinhados escopo, cronograma e exigências técnicas ambientais.


“Tinham uma expectativa alta, porque o evento já carrega uma simbologia muito grande. Nós apresentamos o que podemos fazer, o que temos de experiência, e foram ajustando conosco”, disse o engenheiro ambiental Marcos Chaves.

Segundo ele, mesmo em oito anos de atuação, esse foi “um dos maiores eventos que a Green Forest já abraçou”.


O que foi feito no Guamá e no Mangueirão

Para que o evento não se tornasse fonte de impacto descontrolado, foi necessário articular uma série de medidas:


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  • Plano de Emergência Ambiental: mapeamento prévio de riscos — vazamentos de óleo, falha em geradores, contaminação de solo ou água — e definição de protocolos imediatos de contenção.

  • Monitoramento de água e fauna: coletas periódicas nas proximidades do palco flutuante, análise laboratorial de parâmetros físico-químicos, além de vigilância sobre fauna aquática e terrestre para detectar alterações ou deslocamentos indesejáveis.

  • Controle de ruídos: delimitação de zonas acústicas, restrições de potência, medições em tempo real e ajustes dinâmicos para evitar perturbações excessivas ao entorno natural.

  • Gerenciamento de resíduos sólidos: coleta seletiva estruturada nos dois ambientes do evento, fiscalização de fornecedores, campanhas de orientação e envio para destinação adequada.

  • Educação ambiental: no próprio Palco Flor, foram exibidas peças visuais que convidavam o público a refletir sobre Amazônia, clima e cultura regional.

  • Estudo de Impacto Ambiental (EIA): todo o processo será compilado em relatório técnico que será entregue à Rock World, consolidando dados de campo, conclusões e recomendações.


Segundo Chaves, qualquer evento desse porte gera impactos — “o que define a qualidade é o quanto você antecipa, mitiga e torna transparente esse processo”.


Neutralização de emissões: o desafio do palco flutuante

As emissões geradas pelo Palco Flor — sejam de geradores, transporte, estrutura ou equipamentos — foram levantadas pela Amazon Connection Carbon (ACC). A missão: calcular e compensar essas emissões para transformar o palco em símbolo ambiental.


Para Arthur Pantoja, engenheiro de produção da ACC, foi um teste ambicioso:

“Identificamos cada fonte: motor, gerador, combustível usado, potência necessária. Depois, aplicamos mecanismos de compensação — créditos de carbono ou investimento em projetos de sequestro — para neutralizar aquela pegada.”

Ele acrescenta que, pela escala e visibilidade do evento, entregar uma neutralização efetiva reforça a credibilidade da região amazônica na agenda global de clima.


Vozes técnicas: entre o ideal e o real

Marcos Chaves (Green Forest) enfatiza que não se trata de discurso vazio:

“Demonstrar que um evento desse porte pode respeitar normas ambientais, atuar junto à fauna, flora e economia local — isso representa uma virada de modelo no Pará. Nossa atuação estava distribuída do solo à água ao ar, para garantir que a festa não se transformasse em algo ruim."

Arthur Pantoja (ACC) vê no projeto uma semente para futuras iniciativas:

“Nosso objetivo é mostrar que neutralização de emissão não é algo restrito a pequenas empresas ou discursos. Grandes produções na Amazônia podem incorporar isso. Se outros eventos adotarem esse padrão, teremos um legado técnico e simbólico muito forte.”

Para Pantoja, o palco flutuante neutralizado será uma vitrine de como conjugar tecnologia, cultura e clima.


Um Futuro mais Verde para Eventos

O Amazônia Live de 2025 abriu um capítulo importante em Belém: ao levar arte e consciência ao Guamá e ao Mangueirão, colocou em pauta que grandes eventos regionais não precisam ignorar a complexidade ambiental.


A Green Forest assumiu funções operacionais e estratégicas para que luz e som não se tornassem risco ecológico. A ACC, ao neutralizar o palco flutuante, colocou na prática a ambição climática.


O legado desse evento estará não só nas memórias do público, mas em documentos técnicos, parcerias futuras e — talvez o mais importante — no exemplo concreto de que é possível dar voz à Amazônia sem calar o ambiente.


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